Ao longo da história, o Campeonato Paulista sofreu diversas alterações tanto em sua fórmula de disputa quanto em seu regulamento. A edição do Paulistão que começa neste final de semana é apenas a segunda em que há a divisão de quatro grupos com cinco times, na qual os jogos da primeira fase só acontecem entre equipes de grupos diferentes. Apenas no mata-mata um duelo entre times do mesmo grupo torna-se possível - no caso, obrigatório.
Esta recente mudança foi uma
alternativa encontrada pela Federação Paulista de Futebol para encurtar o
período de seu estadual. Se até dois anos atrás, havia 23 datas, agora são 19. No
entanto, esta medida foi um tanto quanto controversa e não teve uma aprovação
unânime por parte do público.
Ouço muitas opiniões acerca deste formato e nem todas são favoráveis. Uns apoiam este encurtamento do torneio, outros desdenham da nova fórmula e há quem faça essas duas coisas ao mesmo tempo. A maioria ainda clama pela redução de times para haver menos jogos ruins e que muitas vezes são inúteis.
A verdade é que parece que nunca vai acabar a polêmica em torno da questão do tamanho e do status que os estaduais devem assumir.
Ouço muitas opiniões acerca deste formato e nem todas são favoráveis. Uns apoiam este encurtamento do torneio, outros desdenham da nova fórmula e há quem faça essas duas coisas ao mesmo tempo. A maioria ainda clama pela redução de times para haver menos jogos ruins e que muitas vezes são inúteis.
A verdade é que parece que nunca vai acabar a polêmica em torno da questão do tamanho e do status que os estaduais devem assumir.
Deixando a opinião pública de
lado, o fato é que esta recém-adotada era de disputa produziu a possibilidade
de algumas situações exóticas dentro do Campeonato Paulista. Se todos os dois
melhores de cada grupo têm vaga garantida na próxima fase, um critério parecido não se
aplica aos rebaixados, que são definidos por meio de uma tabela geral.
Dito isso, seria possível, por
exemplo, que uma equipe perdesse todos os jogos e se classificasse, no caso de todos
os demais da mesma chave também perderem todos os seus jogos. Só que nesse caso
específico, um dos times classificados deveria necessariamente ser rebaixado ao
mesmo tempo. Daí o impasse. Portanto, a solução encontrada pela FPF é ignorar a
classificação e manter o rebaixamento, dando assim a vaga ao mata-mata ao
melhor terceiro colocado entre todos os grupos.
Caso você tenha entedido a situação, essa é a mais esdrúxula problemática do formato atual do Paulistão. Se não entendeu, não perca seu tempo para tenter entender, não. Continue lendo que é melhor.
Caso você tenha entedido a situação, essa é a mais esdrúxula problemática do formato atual do Paulistão. Se não entendeu, não perca seu tempo para tenter entender, não. Continue lendo que é melhor.
No ano passado, outros problemas
menos excêntricos, mas também pitorescos, vieram à tona. O Penapolense se
tornou a primeira equipe em 113 anos de história de Campeonato Paulista a se
classificar para a segunda fase tendo perdido mais jogos do que ganhado. Foram 8
derrotas e apenas 6 triunfos, além de um empate. O mais engraçado é que o time de Penápolis ainda conseguiu chegar até a semi-final.
Outra curiosidade é que a pontuação total dos times do grupo do São Paulo foi de 85 pontos, já a do grupo do Corinthians foi de 122 pontos. Como líder de seu grupo, o Tricolor nem teria conseguido ficar na segunda posição do grupo do alvinegro, que teve Ituano e Botafogo classificados. É do jogo.
Outra curiosidade é que a pontuação total dos times do grupo do São Paulo foi de 85 pontos, já a do grupo do Corinthians foi de 122 pontos. Como líder de seu grupo, o Tricolor nem teria conseguido ficar na segunda posição do grupo do alvinegro, que teve Ituano e Botafogo classificados. É do jogo.
Promovendo um rápido balanço, eu
não acho das piores a ideia deste sistema de disputa, mas ele apresenta falhas
pontuais que acabam comprometendo e banalizando o campeonato como um todo.
Assim como as mudanças de formato e de regulamento, as falhas na elaboração das tabelas do Paulistão também são corriqueiras. Elas podem passar despercebidas, mas é só esmiuçar com um pouco de atenção que vários erros são detectados ano a ano. Desta vez, a maior lambança rodeia o Palmeiras, que jogará seus quatro primeiros jogos dentro de casa.
Assim como as mudanças de formato e de regulamento, as falhas na elaboração das tabelas do Paulistão também são corriqueiras. Elas podem passar despercebidas, mas é só esmiuçar com um pouco de atenção que vários erros são detectados ano a ano. Desta vez, a maior lambança rodeia o Palmeiras, que jogará seus quatro primeiros jogos dentro de casa.
A tabela já previa três partidas consecutivas
para o Verdão no Allianz Parque, contra Ponte Preta, Corinthians e Rio Claro,
entre a 2ª e a 4ª rodada.
Porém, a aberração só aumentou quando
foi anunciado que o Grêmio Osasco Audax teria seu jogo de estreia diante do
próprio Palmeiras justamente na nova arena alviverde. Mesmo sendo o mandante. Uma
nota oficial no site do Audax explicou que não se trata exatamente de uma
inversão de mando de campo. Trata-se de um acordo para tomar posse da renda visando o pagamento de uma taxa à FPF (que o permitirá jogar na
cidade de Osasco pelo restante do campeonato).
Resumo da ópera: o time menor pensa
no faturamento e abre mão de uma condição mais propícia para vencer seu jogo
contra o time maior. Nas entrelinhas, é uma espécie de inversão de mando, sim. E
o pior de tudo neste caso é que o dinheiro irá para os cofres da Federação.
No fundo, a mentalidade e a postura
do Audax são compreensíveis, pois são sustentadas mais por necessidade do que por
desejo. Quem vende mando de campo ou faz coisas do gênero, não está fazendo
nada de ilegal ou proibido. Embora eu depreze esse hábito aqui no país.
A grande questão é que este tipo de coisa é um reflexo do futebol arruinado que temos. Condenáveis são as posturas das federações, que ao invés de tentarem soluções para coibir e extirpar coisas assim, continuam dando aval e permitindo que isso aconteça. E a CBF não fica para trás, não. No Campeonato Brasileiro, hora ou outra estas anomalias dão as caras.
A grande questão é que este tipo de coisa é um reflexo do futebol arruinado que temos. Condenáveis são as posturas das federações, que ao invés de tentarem soluções para coibir e extirpar coisas assim, continuam dando aval e permitindo que isso aconteça. E a CBF não fica para trás, não. No Campeonato Brasileiro, hora ou outra estas anomalias dão as caras.
Cabe agora ao Palmeiras apenas a
tarefa de se aproveitar de todo esse arsenal de falhas.
E os benefícios não param por aí. Para alegria dos palmeirenses, dos dez primeiros compromissos neste Paulistão, sete acontecerão na Turiassú. E não é a primeira vez que a tabela escorrega dessa maneira.
O Corinthians, em 2009, e o São Paulo, em 2010, jogaram apenas três vezes fora da cidade de São Paulo nas dez primeiras rodadas. Nestas outras duas vezes não houve interferência de inversões de mando ou coisas do tipo. A Federação Paulista conseguiu a proeza de confeccionar uma tabela que permitia isso.
O Corinthians, em 2009, e o São Paulo, em 2010, jogaram apenas três vezes fora da cidade de São Paulo nas dez primeiras rodadas. Nestas outras duas vezes não houve interferência de inversões de mando ou coisas do tipo. A Federação Paulista conseguiu a proeza de confeccionar uma tabela que permitia isso.
Este acúmulo de jogos em casa que a tabela às vezes oferece é um prato cheio para os grandes largarem
na frente e devorarem as equipes do interior, as quais já são financeiramente
inferiores. O Ituano é o atual campeão paulista, mas é uma exceção, um ponto
fora da curva.
Para finalizar, em tabelas anteriores, lembro-me
de serem incontáveis os exemplos de times aleatórios com sequências de três
jogos seguidos em casa. Um privilégio que nem
todos os 20 times acabam tendo para subir na tabela ou reagir contra a degola.
Este é o Paulistão! Ou o Paulistinha,
como Juca Kfouri costuma chamá-lo.
E ele recomeça neste sábado.
Será que teremos surpresas desta vez?